segunda-feira, 3 de março de 2014

Argentina Open

Chegou ao fim a hegemonia espanhola no Brasil Open. Após seis anos com espanhóis levantando a taça um argentino quebrou a “corrente”.  O último campeão não espanhol tinha sido justamente outro argentino, Guillermo Cañas em 2007.

Não foi a final esperada, a expectativa das semifinais era de vitórias de Bellucci e Haas. Porém Bellucci deixou escapar por pouco e Haas sentiu mais uma vez a contusão no ombro direito. Apesar disso, a final ítalo-portenha foi bem interessante.

Federico Delbonis tinha batido na trave o ano passado quando fez um torneio incrível em Hamburgo. Em terras alemãs derrotou Roger Federer e chegou a final com moral, mas acabou derrotado por outro italiano, Fabio Fognini. Ao final do primeiro set parecia que a história iria se repetir em São Paulo, Paolo Lorenzi jogava melhor e tinha o apoio da maior parte da torcida. Entretanto, Delbonis começou a jogar melhor e ser mais agressivo. Ganhou os dois sets seguintes e conquistou o primeiro título da carreira.



Na final de duplas o espanhol (para não fugir a tradição) Guillermo Garcia Lopez e o austríaco Phillipp Oswald levaram a melhor para cima dos colombianos Juan Sebastian Cabal e Robert Farah.



Tommy Haas


O alemão grande estrela da competição terminou o torneio frustrado por conta da insistente contusão no ombro. Contudo, quem teve a oportunidade de ver Haas em ação no Ibirapuera pode conferir o estilo de jogo clássico do germânico. Na primeira partida de Tommy em São Paulo, na quarta-feira, ele abusou das deixadas, slices e do lindo backhand com uma mão. Com o estilo old school, Haas, consegue variar o jogo como poucos. Vendo de perto fica ainda mais evidente a beleza do jogo de Tommy. Bem diferente do que o público brasileiro está acostumado a ver. Os torneios de saibro costumam atrair jogadores com estilos de jogo muito próximos. Normalmente os jogadores da “terra” jogam da linha de base e trocam muitas bolas.



Haas faz todos os tipos de jogadas, mesmo com a contusão e com partidas não tão boas o tênis do alemão enche os olhos de qualquer um. Além disso, o alemão caminhou tranquilo pelo complexo do Ibirapuera e se mostrou extremamente simpático com o público. Tomara que volte no próximo ano.    

“Eu não tenho motivos para reclamar do torneio. Foi muito bom. Sabia que aqui tinha muita altitude, estava um pouco preocupado com isso. Mas soube que trocaram a bola do ano passado e esta bola que estão usando é muito boa. As quadras também estão muito boas.
Estava tudo muito bom. Foi um belo torneio. Estou feliz por estar aqui. Se eu continuar jogando até o próximo ano, seria legal retornar a São Paulo”,
disse Tommy Haas.


Os acertos   

        

O Brasil Open 2014 começou cheio de desconfiança depois dos inúmeros problemas do último ano. Entretanto, parece que edição desse ano agradou a todos, ATP, jogadores e público. O torneio foi elogiado pelo presidente da ATP que veio conferir de perto o desempenho do Rio Open e Brasil Open. Todos os jogadores aprovaram o piso, as novas bolas e a construção da quadra auxiliar. Além de todos os envolvidos terem agradecido a climatização das duas quadras. A boa notícia é que com a aprovação da ATP o torneio pode mudar de data em 2015, trocando com Buenos Aires. Assim, São Paulo deixaria de concorrer com Dubai e Acapulco, o que favoreceria a presença de grandes estrelas do circuito.

 Ano suíço?


Confesso que não assisti nada de Dubai (culpa do Brasil Open), mas Roger Federer fez grande campanha e conquistou o 500 dos Emirados Árabes pela sexta vez na carreira. O suíço parece ter voltado às boas com o tênis e a confiança está em alta. Foram duas viradas contra jogadores que nos últimos confrontos estavam levando a melhor para cima de Roger. Na semi o grande jogo contra Novak Djokovic e na final Tomas Berdych. Com a proximidade dos Masters é ótimo saber que Federer vai entrar com tudo. Sorte ao suíço!



Novo México


O torneio de Acapulco estreou o piso duro na temporada. Com a mudança atraiu Andy Murray que jogou pela primeira vez na carreira na América Latina. Porém, Murray foi derrotado por Grigor Dimitrov na semi e do outro lado Kevin Anderson se beneficiou com a contusão de David Ferrer. Na final Dimitrov conquistou o seu primeiro título de ATP 500 da carreira, após batalha de três horas. Parece que o búlgaro vai enfim decolar.



   

domingo, 23 de fevereiro de 2014

"Meu objetivo não é ser top 20 e sim o Nº 1"

VIVA O LETÃO ERNEST GULBIS!

Assisti o jogo do tenista da letônia contra o francês Richard Gasquet no Aberto de Marselha, na França. Que show de tênis entre os dois na semifinal do torneio. Um dos backhands mais bonitos do circuito, o francês bem que tentou, mas não foi páreo para Gulbis. Maravilhoso tênis apresentando pelo jovem! Uma aula de tênis, uma intensidade que não me surpreenderia se ele conseguisse o que disse na frase do título do texto. O jogador milionário(sim, ele já era milionário antes de jogar tênis), há muito tempo mostra que tem um talento diferenciado entre os jogadores da nova geração. Mas preferia curtir a vida adoidado antes de se dedicar "full time" ao esporte. Agora parece que as coisas se inverteram, e ele não está pra brincadeira.



Com o caneco do torneio francês.Na final bateu outro tenista da casa: o clone de Cassius Clay, Jo Tsonga.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

NOLE, X-BOX E GUGA!

"Lembro-me ainda da partidas de tênis jogadas com Gael Monfils. Mas não na quadra, e sim no X-Box. Nisso Novak era insuperável. Não arrancávamos sequer um ponto dele. Parecíamos leigos entrando no campo para jogar contra o melhor do mundo. Perdíamos tanto para ele que já não lhe era interessante jogar contra nós. Como nesses jogos existe a opção de escolher um dos tenistas neles listados, Novak optou por Gustavo Kuerten, e todo o tempo fazia aquele som característico desse brasileiro quando golpeava a bola durante as partidas. Uma vez, o próprio Kuerten estava passando perto, e Novak o chamou, muito entusiasmado:" Guga, Guga, vem cá, por favor, escolhi você...". Recordo também que Novak, numa ocasião enquanto Monfils estava sentado sozinho no vestiário, chegou devagar pelas suas costas e o assustou imitando a voz de Kuerten quando golpeia a bola. Monfils pulou feito um gato. Para Novak, Kuerten era muito interessante como jogador, e mais ainda como pessoa, por ser igual a ele, pelo caráter e a maneira como aceitava os gracejos. Sempre quando encontrava Guga, brincava ou soltava alguma gracinha, e Guga sempre estava pronto para participar.

Uma vez, no complexo do Aberto dos Estados Unidos, Novak viu Kuerten de longe e começou a chamá-lo "Guga, Guga!!"; quando Kuerten se virou, Novak pulou, com os braços erguidos e os punhos fechados, como se tivesse comemorando alguma de suas vitórias. Nesse ponto, voltamos ao que considero uma das mais importantes características de Novak. Ele sabe quando precisa trabalhar e quando precisa relaxar, e nunca tem malícia ou faz zombaria, mas somente um humor de qualidade, que resulta em alguma situação positiva de espírito".

Gustavo Kuerten conta:" Novak e eu temos características e natureza semelhante. Gostamos de curtir a vida da mesma maneira.Tenho de salientar que existe algo que liga os dois países de onde viemos. As pessoas no Brasil e na Sérvia compreendem as coisas de maneira séria, mas também gostam de rir, e relaxar dessa seriedade. Por exemplo, fiquei emocionado ao ver como as pessoas na Sérvia festejaram nas ruas quando Novak se tornou o número um. União,felicidade e prazer na vida, isto é natural de nossas culturas, e sem dúvida uma das razões por que Novak e eu temos afinidade um com o outro. Quanto aos joguinhos de X-Box de Cincinatti... eu lhe dei um bom conselho. Sabendo onde sou bom e onde não, disse-lhe que, quando me escolhesse, aproveitasse máximo o backhand, e que ficasse sempre muito atento quando saísse para a rede. Lembro-me do quanto me diverti olhando os jovens tenistas distraindo-se, inspirados, com o meu jogo. Esta não é a imagem comum no mundo do tênis, e realmente fiquei muito contente".(Biografia de Novak Djokovic)



domingo, 26 de janeiro de 2014

Stan the man

Stanislas Wawrinka derrubou a hegemonia do Big 4 e fez história com a conquista de seu primeiro título de Grand Slam no Australian Open. A partida teve uma pitada de drama e frustração por conta da contusão de Nadal. Decepcionando o público que estava na expectativa de assistir a uma grande partida.




Contudo, a partida na Rod Laver Arena nos mostrou a evolução de um jogador que nunca deixou de acreditar que era capaz de vencer, se dedicou para progredir e venceu. A contusão de Rafa não tira o mérito de Wawrinka. O suíço derrotou Berdych e Djokovic para estar ali. Se o adversário machucou e isso tornou a partida mais fácil, temos que pensar que são coisas que fazem parte do jogo. No primeiro set, Stan, já tinha deixado claro que tinha vindo para o jogo com coragem para ser campeão.  O título foi muito merecido.  


Stan sempre viveu a sombra de Federer. Porém, vive agora seu grande momento. No último ano já tinha feito um ano melhor que o compatriota. A diferença agora é o fato de Federer ter feito um ótimo torneio e mesmo assim Wawrinka conseguir ser melhor. Stan tem que curtir muito esse feito. Na lista de amanhã da ATP ele aparecerá em terceiro lugar no ranking, só atrás de Nadal e Djokovic.  

Destaco a participação de Magnus Norman no título de seu pupilo. Norman mexeu com a cabeça de Wawrinka e mostrou o caminho para vencer os grandes jogadores. O engraçado é que Stan foi mais longe que seu treinador, já que Norman não conseguiu conquistar nenhum Grand Slam quando era jogador. O sueco deve estar muito satisfeito.

Sem dúvida a vitória de Wawrinka na Austrália tem impacto nas disputas do tênis masculino. Conquistas assim inspiram os outros jogadores. Stan nunca tinha chegado a uma decisão de Grand Slam, nunca venceu um título de Masters 1000 e havia ganhado apenas cinco torneios na carreira até aqui. Tudo isso torna a conquista do suíço ainda mais impressionante.

A última vez que alguém tinha bagunçado a vida do Big 4 em torneios de Major foi em 2008, quando Juan Martín Del Potro levantou o troféu do US Open. Que venham novos campeões e aumentem ainda mais a rivalidade e a emoção.     

A decisão em Melbourne mostrou também a dedicação de um supercampeão. Todo mundo conhece a garra e determinação de Nadal. Porém, foi impressionante como o espanhol não largou a partida, mesmo quando mal conseguia se movimentar em quadra. Ninguém gosta de perder, mas Rafa gosta menos ainda. A frustração do espanhol ficou clara em seu rosto. Mas sabemos que é só questão de tempo para Rafa voltar a sorrir. 



O sorriso de Li

Em 2011 Na Li perdeu a final do Australian Open para Kim Clijsters, em 2013 foi derrotada por Victoria Azarenka, depois de cair duas vezes. Nas quedas bateu a cabeça e torceu o tornozelo. Entretanto, superou todas as adversidades esse ano para conquistar seu segundo título de Grand Slam.


Na final improvável a chinesa derrotou a estreante em finais de Major, Dominika Cibukolva. O jogo foi fraco para uma final de Slam. As duas cometeram muitos erros e no segundo set Li passeou em quadra aplicando um pneu na eslovaca.

Li quase foi eliminada do torneio, chegou a ter um match point contra na terceira rodada, após a virada incrível fez um torneio perfeito. É nítida a evolução da chinesa depois que iniciou a parceria com o treinador argentino, Carlos Rodriguez. A tenista ficou mais confiante, constante e joga com uma tática melhor. Aos 31 anos está em ótima forma física e a experiência faz diferença nos momentos decisivos.

Com a conquista Li sai do grupo das tenistas que venceram um Grand Slam e depois caíram de rendimento como, Ana Ivanovic, Petra Kvitova e Samantha Stosur. A chinesa subiu de nível e tem talento suficiente para se tornar uma grande campeã. Sua participação nos principais torneios é, frequentemente, boa. O peso de mais um título de Slam no currículo deve fazer diferença daqui para frente.

Cibulkova viveu o melhor momento da carreira. Ninguém apostava nela antes e até certo ponto durante o torneio. Porém, a baixinha falou grosso diante da grandalhona Maria Sharapova e contra Agnieszka Radwanska. Mostrou muitas qualidades e tem tudo para figurar entre as melhores do mundo.

Dominika revelou que a inspiração para vencer as grandes jogadoras em torneios importantes veio da amiga Marion Bartoli. A francesa, campeã de Wimbledon, trabalhou na Austrália como comentarista e fez uma visitinha a Dominika ainda no vestiário após a vitória na semifinal.   



A eslovaca demonstrou ter uma boa personalidade durante essas duas semanas em Melbourne. O grande desafio de Cibulkova para o futuro é conseguir manter-se em alto nível. Senão, vai repetir Sabine Lisicki que após o vice em Londres não apareceu mais no circuito.  

O grande destaque da final feminina foi a simpatia das tenistas. Durante a cerimônia de premiação as duas sorriram o tempo todo. Li fez um discurso hilário e tirou sarro do marido. Cibulkova sorria, satisfeita com o desempenho no torneio. Um clima leve, bem diferente do que estamos acostumados a ver quando as cerimônias de premiação envolvem os principais nomes do circuito como, Serena, Sharapova e Azarenka. Mudanças fazem bem e deixam as coisas mais divertidas.

Destaques

As duas grandes promessas do tênis mandaram muito bem nesse Australian Open. Talvez estejam saindo do patamar de promessa para virarem realidade.



Grigor Dimitrov, enfim, fez ótima participação em Grand Slam. O búlgaro não deixou passar a oportunidade dada por Delpo, que foi eliminado na segunda rodada e abriu a chave. Dimitrov chegou as quartas de final do torneio e engrossou a partida diante de Nadal. Mostrou uma melhora na parte física e aguentou bem a correria com o espanhol. Mas, precisa melhorar ainda mais se quiser fazer frente aos grandes. Talento Grigor tem, precisa de um pouco mais de confiança e sequência de jogos.

Eugenie Bouchard demonstrou muita personalidade em Melbourne. A canadense venceu Ivanovic e alcançou a semifinal de um Major pela primeira vez e isso aos 19 anos. Foi derrotada por Li, mas deixou ótima impressão. Conta com um jogo inteligente sabe variar bem as bolas, é corajosa e talentosa. Além de ter uma cabeça muito boa, principalmente para idade dela. Genie tem personalidade de campeã.   


Para finalizar uma demonstração de alívio por parte dos tenistas. Depois do sol escaldante de Melbourne, alguns jogadores publicaram a satisfação de voltar ao inverno gelado de suas cidades, como fizerem Novak Djokovic e Angelique Keber em suas redes sociais:


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A dona da primeira semana

A primeira semana do Australian Open chegou ao fim e o grande vilão foi o sol que castigou os tenistas provocando algumas desistências. Nesse inicio do Major vimos muitos jogos sonolentos, algumas surpresas e Ana Ivanovic.



Ana Ivanovic começou o ano vencendo o torneio de Auckland, veio com tudo para o primeiro Slam do ano. Jogou de forma consistente nas primeiras rodadas e dava ares de que voltava a sua melhor forma. A confirmação veio diante de Serena Williams. A americana está contundida, o que prejudicou a movimentação e a potencia nos golpes. Mas isso não tira o brilho da vitória da sérvia. Ivanovic foi perfeita taticamente, mostrou ótima forma física e mental fortalecido. Ainda garantiu que não teme as tops. Ótima atitude de Ana. Com moral a sérvia se tornou uma das favoritas ao título. Seja bem-vinda ao mundo das grandes de novo!

Algumas imagens da semana para contar o que aconteceu de melhor ou pior nesses primeiros dias em Melbourne.


As decepções: Serena, Sharapova e Del Potro.



Além da derrota de Serena outra favorita a perder precocemente foi Maria Sharapova. A russa, que volta de lesão, jogou mal durante todo o torneio. Sucumbiu nas oitavas diante Cilbukova. Juan Martín Del Potro sofreu com calorão de Melbourne e deixou claro que o físico ainda não é o ideal para ser top 3. Perdeu em cinco sets para o espanhol Bautista Agut.    

O vilão: sol


Foram dez desistências, dois desmaios, muito gelo e um turbilhão de reclamações. Primeiro um boleiro desmaiou durante uma partida. Depois o canadense Frank Dancevic, também desmaiou e viu o Snoopy:

Eu vi o Snoopy. Eu estava começando a alucinar um pouco no primeiro set e pensei: "Que estranho". Eu continuei jogando, porque isso não importava muito. Não fiquei com medo, porque não me recordo de nada. Só lembro de acordar e ter um monte de pessoas ao meu redor e dois médicos. São muitos jogadores reclamando com os organizadores de que está muito calor para jogar. Até alguém morrer, eles vão continuar colocando partidas nesse calor”. Disse Dancevic.



Enquanto muitos reclamavam, Novak Djokovic fritou um ovo na quadra e agradeceu juízes, boleiros e torcedores por resistirem ao forte calor.

As surpresas: Muguruza, Agut e Roberts.


A espanhola Garbiñe Muguruza ganhou o primeiro torneio da carreira na semana anterior ao Australian Open. Alcançou as oitavas do Major eliminando a ex-número um Caroline Wozniacki, foi eliminada por Radwanska. É apontada como umas das promessas do tênis feminino, vamos acompanhar.

Roberto Baustista Agut mandou para casa o quinto favorito ao título, Del Potro, na segunda rodada. Depois eliminou Benoit Paire e só foi parado por Grigor Dimitrov nas oitavas.

Setephane Roberts foi o primeiro lucky-loser na história a alcançar as oitavas do Australian Open. Perdeu para Murray nas oitavas. Ótima participação.

Quem deu o que falar: Tomas Berdych

Berdych e seu uniforme pitoresco foram um dos assuntos preferidos da semana. O uniforme do tcheco foi alvo de muitas comparações como, menino do pijama listrado, bananas de pijama e, claro, a camisa da seleção Argentina.


As feras

Rafael Nadal jogou com tranquilidade até chegar as oitavas de final. Nessa madrugada Rafa suou para vencer um abusado Kei Nishikori. O japonês testou Rafa, mas o espanhol mostrou porque é o número um do mundo e conseguiu vencer em três sets. Nadal sofreu com uma bolha na mão.


Roger Federer teve seu maior desafio nas oitavas de final, o francês Jo-Wilfred Tsonga. O suíço passou sobrando. Roger jogou como nos velhos tempos e não deu chances a Tsonga. Entretanto, tem agora um desafio maior ainda, Andy Murray. Hora de provar que realmente está de volta a melhor forma.      

Andy Murray também faz um torneio tranquilo e ao contrário do que ele mesmo dizia não sentiu falta de ritmo. Contudo, diante de Federer é melhor o escocês não perder o foco como fez em alguns momentos. No jogo contra Feliciano Lopez, Murray conseguiu dar esse “belo” saque, veja no link:


Novak Djokovic passeou nas quadras de Melbourne e não sofreu ameaça alguma de seus adversários. O sérvio vem jogando um tênis consistente. Após a última vitória aproveitou para imitar Boris Becker que caiu na risada. Apesar do que muita gente falava parece que a parceria está funcionando muito bem, confira 
o vídeo:




Victoria Azarenka venceu a promessa Sloane Stephens de forma contundente. Vika deu o recado, agora que Serena está fora quem manda é ela. Será que alguém impede o tricampeonato da bielorrussa?     

Hoje começa a disputa nas quartas de final. Ótimos jogos por sinal.

Li x Pennetta
Ivanovic x Bouchard   
Ferrer x Berdych
Djokovic x Wawrinka   


A nós brasileiros resta torcem por Bruno Soares na disputa das duplas mistas. Aproveitem!

domingo, 12 de janeiro de 2014

Australian Open

Tudo pronto para a 102ª edição do Australian Open, o Grand Slam que abre a temporada. O torneio acontece na ensolarada e linda Melbourne. Os tenistas sofrem com o forte calor, mas como se trata de um Major todo o sofrimento é válido. A estrutura é fantástica e a mais moderna entre os Slams. A torcida é calorosa, principalmente quando um local está em quadra. A Rod Laver Arena foi o palco do maior duelo entre Novak Djokovic e Rafael Nadal. Os dois fizeram o jogo mais longo da história do torneio naquela maratona de 5h53 na final de 2012. 



Como o evento rola logo na terceira semana da temporada é sempre difícil arriscar quem é o grande favorito para vencer. Os principais nomes jogaram muito pouco para uma análise válida. Nessas condições eliminações inesperadas podem acontecer com mais facilidade. Mas alguns nomes sempre são mais fortes do que outros. A chave da morte que reúne do mesmo lado Nadal, Federer, Murray e Del Potro promete esquentar as coisas.  

Novak Djokovic defende o título mais uma vez. O sérvio repetiu a fórmula do último ano e estreia na temporada no Grand Slam. Nole jogou o torneio de pré-temporada em Abu Dhabi. Enfrentou Tsonga e Ferrer e ficou com o título. Pelo que vi do sérvio não está muito diferente do modo como terminou a temporada passada. Djokovic joga muito a vontade nas quadras de Melbourne e entra como favoritíssimo ao caneco. Em caso de título de Djoko ele será o primeiro jogador a conquistar o Major quatro vezes seguidas na Era aberta.   



Rafael Nadal começou o ano vencendo em Doha. Não enfrentou nenhum adversário a altura no torneio, mas mostrou que o físico está bom. Rafa vai para o torneio com muita vontade, já que ficou de fora da edição passada. Se o espanhol quiser levantar a taça terá que jogar o melhor de seu jogo. El toro caiu na chave mais dura do torneio. Na estreia já enfrenta Bernard Tomic e depois a coisa só piora. Delpo, Federer ou Murray estão em seu caminho até a final. Ainda sim, Rafa é o grande favorito da chave para chegar a final. 

Andy Murray é uma incógnita para o Major. O escocês, que volta de lesão, mostrou falta de ritmo nos poucos jogos que fez. O próprio Andy disse que pensar em título é loucura. Porém, Murray defende o vice-campeonato. Acredito que deva ter dificuldades, mas acho que deve chegar pelo menos até as quartas do torneio. 

Roger Federer teve um início de temporada animador. Apesar de ter perdido a final de Brisbane para Hewitt o suíço mostrou melhoras no seu jogo e no físico. Federer manifestou muita vontade de voltar a vencer um torneio grande. Roger tem uma chave dura, mas se as vitórias diante de adversários difíceis vierem à confiança do suíço volta ao normal. Aí não será nada fácil derrotar o melhor de todos os tempos.

Juan Martín Del Potro também começou a ano bem e faturou o título em Sydney. O argentino fez uma pré-temporada forte. Delpo tem a difícil missão de conseguir se dar bem no grupo da morte. Para chegar ao título terá que derrotar 3 jogadores do Big 4, a não ser é claro que alguém fique pelo caminho. 

Na chave feminina o difícil é não pensar no amplo favoritismo de Serena Williams. A americana começou o novo ano da mesma forma que terminou o último, vencendo. Serena conseguiu manter a ótima forma física. Se faltar ritmo, as primeiras rodadas do torneio servirão de ajuste. 

Victoria Azarenka defende o título em Melbourne. Vika iniciou o ano bem, fez final em Brisbane e dificultou muito para Serena. Se a bielorrussa conseguir ser constante acredito que não deva ter muitos problemas até a semifinal.  
   
Maria Sharapova também retorna de lesão. Porém, a russa mostrou bom ritmo de jogo. Em Brisbane alcançou a semi e foi derrotada por Serena. Maria deve mostrar a raça habitual e duelar com Vika por uma vaga na final. 

O Brasil está representado em todas as chaves do torneio. Thomaz Bellucci furou o quali e garantiu lugar na chave principal. Estreia contra o alemão Julian Reister. No feminino Teliana Pereira entrou direto na chave principal de um Grand Slam pela primeira vez na carreira. Na estreia ela joga com a russa Anastasia Pavlyuchencova. Lembrando que o Brasil não contava com uma representante na chave principal de um Slam desde 1993.

Nossa grande esperança de bons resultados está nas mãos de Bruno Soares e Marcelo Melo. Os mineiros jogam ao lado de seus parceiros habituais, Alexander Peya e Ivan Dodig respectivamente. Bruno e Peya fizeram duas finais na atual temporada, mas não levaram nenhuma. Já Marcelo ficou com o título de Auckland esta semana vencendo, justamente, Bruno e Peya. As duas parcerias chegam bem para o Major. Os grandes rivais, claro, são os atuais campeões do Australian Open, os irmãos Bryan.       

O Australian Open já deu o ponta pé inicial em seus trabalhos. Promoveu um divertido Kids Day recheado de estrelas e brincadeiras. 



Entretanto, a coisa fica séria a partir desse domingo. O torneio tem transmissão da ESPN. Então, prepare-se para trocar a noite pelo dia e virar a madrugada conferindo o desfile dos astros da raquete. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Futuros campeões

Quem nunca sonhou em ser um grande astro do esporte? Quando pequenos a nossa imaginação vai longe. Então, imagine você ainda criança e tendo a oportunidade de jogar ao lado de Roger Federer ou Serena Williams. Um verdadeiro sonho, não é não? Pois é, algumas crianças vivem esse momento especial. Hoje em dia praticamente todos os torneios do circuito do tênis promovem o Kids Day. É aquele dia em que a molecada tem a oportunidade de bater uma bolinha e se divertir ao lado dos ídolos do tênis. As crianças amam e os jogadores curtem participar.

Cada vez mais os torneios estão tomando providencias para deixar esse dia ainda mais legal. Nesse giro pela Austrália os organizadores pediram reforço para as Tartarugas Ninjas. Devidamente acompanhadas de Roger Federer e Victoria Azarenka em Brisbane e Juan Martín Del Potro em Sydney, as tartarugas mais iradas do mundo divertiram a molecada.



Mas o Kids Day vai muito além de diversão. Ali naquelas quadras, meio sem perceber, as crianças vivem um dia que pode mudar o destino delas. O contato com o esporte e o com os ídolos pode transformar o que era mais um sonho de criança em coisa séria.

Ana Ivanovic conta que decidiu ser jogadora de tênis quando tinha apenas cinco anos. A sérvia estava assistindo televisão, quando viu um comercial sobre uma escolinha de tênis. Ana pegou papel e caneta, anotou o endereço e levou até seus pais, dizendo que queria ser uma tenista. Os pais atenderam ao pedido da pequena Ana. Mesmo vivendo uma infância e adolescência difíceis, marcada pela guerra na Sérvia, a musa não desistiu. Depois de treinar até em piscinas vazias e ser inspirada pela talentosa Monica Seles, Ivanovic se tornou número 1 do mundo.

Se um comercial na televisão foi capaz de formar uma campeã, imagine o que o Kids Day pode fazer. Algumas horas ao lado das principais feras do esporte, ouvindo conselhos, trocando bolas e sonhando em ser como eles um dia.

Todos os ídolos já tiveram seus próprios ídolos um dia. O esporte ensina muito mais do que ganhar e perder. Ainda mais o tênis que é um esporte nobre. Não é a nobreza que tem a ver com dinheiro, mas sim a nobreza de caráter. No tênis você aprende a respeitar o seu adversário, a ser limpo no jogo e que você só conquistar seus objetivos se trabalhar com muita seriedade. Com raras exceções os tenistas são exemplos de conduta esportiva.

Assim o tênis conquista cada vez mais fãs ao redor do mundo e garante a continuidade formando novos talentos e futuros campeões. Tem coisa mais bacana do que juntar ídolos, personagens maneiros, crianças e bolinhas amarelas? Por isso amamos o tênis.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ídolos


Primeiro Novak Djokovic anunciou Boris Becker como seu novo treinador para a temporada de 2014. Depois, Roger Federer divulgou que Stefan Edberg trabalhará com ele por pelo menos 10 semanas. As duas notícias agitaram o mundo do tênis nas últimas semanas. Além de reacender uma antiga rivalidade.

Confesso que não sei bem o que Djokovic espera com a contratação de Becker. O sérvio é um dos jogadores mais completos do circuito. O mental de Nole é muito forte e confiança não falta. Isso não quer dizer que Becker não tenha nada a acrescentar, pelo contrário. O alemão é dono de seis Grand Slams, foi líder do ranking por 12 semanas e é considerado um dos melhores jogadores de toda a história. Sem dúvida tem bons conselhos a oferecer a Djokovic.

Roger Federer vive um momento onde tudo que ele precisa é confiança. O suíço começou sua pré-temporada cedo, trocou de raquete e inicia a temporada já na primeira semana. Tudo diferente do último ano, justamente por um ano bem diferente de 2013. Stefan Edberg trabalhou com Federer durante a preparação para a nova temporada e inicia o trabalho como treinador no Australia Open. Edberg é o ídolo de infância de Roger. Tem melhor maneira de regastar a confiança do que ouvir conselhos do seu herói? Não, mesmo que você tenha 32 anos. E, principalmente, se seu herói for uma lenda, dono de seis Slams e tenha liderado o ranking por 72 semanas.

As parcerias com ídolos do passado geraram polêmica, muitos aprovaram e outros desaprovaram. Rafael Nadal, por exemplo, se mostrou contrário a atitude dos rivais. "O que mais importa é o jogador, não o treinador. No meu caso, nunca precisei de um campeão do passado para me treinar. Há maneiras diferentes de achar seu treinador certo. Alguns jogadores precisam de um cara que foi um grande campeão no passado para acreditarem neles mesmos. Eu, por exemplo, não preciso de uma lenda me treinando para confiar que a pessoa está falando as coisas certas", alfinetou o espanhol.

 Convenhamos que para Nadal as coisas sejam diferentes. Essa pessoa que “fala as coisas certas” para Rafa é o tio dele. E isso desde que ele tinha quatro anos. Entretanto, para os outros a coisa funciona de maneira diferente. Quem vai discordar que Andy Murray tomou a atitude correta quando contratou Ivan Lendl? Após a parceira com o tcheco, Murray, ganhou o ouro Olímpico em Londres, US Open e Wimbledon.

A parceria entre Stanislas Wawrinka e Magnus Norman também rendeu ótimos resultados. Além da mudança de comportamento em quadra, Wawrinka teve o melhor ano da carreira e fechou a temporada como número oito do ranking.

A única parceria do tipo que não deu bons resultados foi a de Nicolás Almagro e Juan Carlos Ferrero. Almagro teve um ano péssimo e não conquistou nenhum título. Porém, o espanhol está longe de ser um jogador impressionante. Com certeza isso faz diferença na hora de ver os resultados.     

O certo é que a temporada mal começou e todos estão curiosos para saber quais serão os resultados dessas parcerias. Além das disputas quentes dentro de quadra, vai rolar rivalidade entre os treinadores. Boris Becker e Stefan Edberg travaram umas das maiores rivalidades do tênis quando jogadores. Foram 35 jogos entre eles, Becker venceu 25 e Edberg 10. Acrescente Ivan Lendl na disputa, com Becker ele fez 21 partidas, com 11 vitórias de Lendl e 10 de Becker. Entre Lendl e Edberg foram 27 jogos, Lendl venceu 13 e Edberg 14. Os treinadores podem até negar, mas sem dúvida, a rivalidade entre eles irá reacender quando seus pupilos se enfrentarem.

Penso que é muito bom para o tênis à participação direta dos ídolos do passado. Esse tempero a mais só faz a nossa curiosidade ficar ainda maior. A temporada tem tudo para ser das melhores.

A largada já foi dada. Esta semana, Nadal, Murray e Ferrer jogam em Doha e Federer joga em Brisbane. Então, feliz ano novo a todos e aproveitem muito a nova temporada ao lado dos nossos ídolos.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Tommy Haas

Faltam exatamente 10 dias para o circuito de tênis voltar à ativa. Isso mesmo, os primeiros torneios na nova temporada começarão em 30 de dezembro. Brisbane, Doha e Chennai abrirão os trabalhos para mais um ano de muito tênis.

O início do ano desperta muita expectativa em toda América Latina, todos querem saber quem serão os astros que desembarcarão do lado de cá do Atlântico. Para nós brasileiros, a expectativa é tripla. Este ano teremos o já tradicional Brasil Open, o WTA de Floripa e a estreia do Rio Open que combina a disputa no masculino e feminino.

O Rio Open começará com força total e já anunciou a participação de dois grandes astros do tênis, Rafael Nadal e David Ferrer. O WTA de Florianópolis sonha com a presença de Serena Williams.  Enquanto o Brasil Open contará com a ilustre presença de Tommy Haas. Então, o nosso post de hoje é dedicado a esse grande tenista (que é um dos preferidos do Lucky Loser), assim aproveitamos para aquecer os motores para ver a bolinha amarela em ação.     

Tommy Haas nasceu em Hamburgo, Alemanha e mora na Flórida, EUA desde os 11 anos. Começou a dar suas primeiras raquetadas aos quatro anos e desde aquela época já era possível perceber o talento do alemão. Nick Bollettieri, uns dos grandes formadores de talentos do tênis de todos os tempos, descobriu Tommy quando o alemão tinha 11 anos. Bollettieri ficou impressionado com o jovem e o chamou para treinar em sua academia. Assim, moldou um dos grandes talentos da história do tênis.

Haas é um jogador clássico, joga bem todas as superfícies e executa bem todos os golpes. Tem um ótimo saque, voleia com precisão e tem um lindo e eficiente backhand com uma mão. Tommy é um jogador versátil, consegue se adaptar rapidamente e mudar o jogo a seu favor, muitas vezes quebrando o ritmo do adversário. Além de exibir uma impressionante forma física aos 35 anos.

A carreira de Haas foi marcada por sérias lesões. A primeira lesão foi no ombro, logo após alcançar a posição de número dois do ranking. Como consequência o alemão ficou de fora de toda a temporada de 2003. Depois em 2010 uma lesão no quadril tirou Haas das quadras por quase dois anos. Contudo, Tommy voltou e desde 2011 vem conquistando ótimos resultados.

Tommy terminou o ano como número 12 do ranking. Foi protagonista de grandes partidas ao longo da temporada. Conquistou uma vitória histórica em cima de Djokovic, número um do mundo na época, no Masters de Miami.   

Haas já esteve no Brasil duas vezes, a primeira em 2010 quando acompanhou a esposa, a atriz Sara Foster na divulgação de um filme. No ano passado o alemão participou do Tour de Roger Federer em São Paulo. Os dois, que são grandes amigos, fizeram a alegria do público no Ginásio do Ibirapuera em uma divertida exibição. O ponto alto foi quando os dois vestiram a camisa da seleção e brincaram em quadra, confira o vídeo:

 Tommy é um dos tenistas mais carismáticos do circuito, passa longe da frieza alemã. Além de Federer, o brasileiro André Sá está entre os melhores amigos do alemão. Os dois jogaram juntos o torneio de duplas de Valência e tomaram um sorvetinho após o jogo de Haas em Roland Garros.

 
Tommy Haas é um grande jogador com uma carreira incrível. Ao longo desses 17 anos de estrada, o alemão conquistou 15 títulos, chegou a número dois do mundo e ganhou medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000. Apesar de nunca ter conquistado um Grand Slam, Haas é admirado por seu talento no mundo inteiro. Mas não é só pelo talento que Tommy é admirado, o alemão é praticamente unanimidade entre o público feminino, que o considera um dos jogadores mais bonitos do circuito.
Não faltam motivos para conferir a passagem de Tommy Haas em terras brasileiras. Então, não deixe de assistir o alemão nas quadras de São Paulo entre os dias 24 de fevereiro e 2 de março de 2014.   

  

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Lugares inusitados

O mundo do tênis está férias e o Lucky Loser aproveitou para tirar uma folguinha também. Mas, aviso a vocês que os dias de pernas para o ar já chegaram ao fim. Aqui no blog, é claro, e também para alguns jogadores que já iniciaram a pré-temporada como Andy Murray.

Nesse meio tempo entre as férias e a volta aos torneios, rolam muitas exibições ao redor do mundo. A América do Sul esteve agitadíssima nas últimas semanas com as presenças de Rafael Nadal e Novak Djkokovic. As duas feras vieram para participar das despedidas de dois grandes jogadores do lado de cá do Atlântico. No Chile Nicolás Massú e na Argentina David Nalbandian deram adeus ao tênis profissional. Entretanto, o assunto do post é outro.

Você sabe que o circuito do tênis anda pelos quatro cantos do mundo e encontra cenários de natureza exuberante e arenas espetaculares. Acrescente alguns dos maiores nomes da história do tênis, e temos um dos esportes mais assistido no planeta. Porém, como se isso não fosse suficiente para atrair milhares de fãs, muitos torneios e patrocinadores fazem de tudo para divulgar o seu evento. Assim, nascem os jogos em condições inusitadas.

Inspirada na exibição que Rafa e Nole fizeram em um cenário impressionante, na Patagônia, resolvi relembrar os lugares mais singulares em que os tenistas já tiveram a oportunidade de jogar.

 

 
 
Nadal e Djokovic se divertiram muito aqui na América do Sul. Dizem que eles não são mais amigos. Mas, quem viu algumas imagens dos dois, aqui nos nossos vizinhos, pode jurar o contrário.
 

 
Nole e Rafa fizeram uma inesquecível exibição no deque de um navio que passeava no Glaciar Perito Moreno, na cidade de El Calafate.

Sê tem um lugar que adora promover uma partida de tênis de um modo inesperado, esse lugar é Doha no Qatar. Os xeiques capricham na produção e nos garotos-propaganda: Rafael Nadal e Roger Federer.
Em 2009 os dois subiram a bordo de um navio e jogaram uma partidinha de tênis em alto-mar.

Já em 2010 o evento foi em terra firme ou quase isso. Roger e Rafa bateram uma bolinha em uma quadra suspensa no centro de Doha.
 


Em 2011 os dois voltaram para o mar. Mas dessa vez encontraram a quadra coberta pela água.

Depois de enfrentar a água, Rafa e Roger tiveram de encarar o fogo. Em 2012 toda a quadra foi iluminada por velas.


 
Antes dessas exibições em Doha, Federer e Nadal já haviam protagonizado uma disputa maluca. Foi em 2007 na "Batalha das Superfícies", que aconteceu na cidade natal do espanhol, Mallorca. Metade da quadra estava coberta por grama e a outra metade por saibro. Durante o jogo houve várias trocas de calçado, já que na grama os tenistas usam um tênis com pequenas travinhas na sola. A partida, pra lá de curiosa, terminou com vitória de Rafa por dois sets a um.

Alguns anos antes, Roger Federer já tinha estreado em partidas singulares. Em 2005 fez um jogo em uma quadra montada em um heliponto, na luxuosa cidade de Dubai. "Nas alturas" Roger teve companhia de outra fera do tênis, André Agassi.

Até mesmo o Brasil já fez a sua partida excêntrica. Em 2009 uma rede de tênis foi estendida em plena Oscar Freire, a rua mais chique de São Paulo. Então, Maria Sharapova teve a honra e o prazer de bater uma bolinha com a nossa rainha Maria Esther Bueno. As duas Marias pararam o trânsito e se divertiram muito.

Em 2010, o Premiere de Cincinnatti montou uma quadra no terraço de uns dos prédios mais altos da cidade para promover o torneio. Duas americanas foram as escolhidas para jogar no arranha-céu, Melanie Oudin e Julia Boserup.

   
O topo de uma montanha na Áustria foi mais um lugar exuberante escolhido para uma partida de tênis. O jogo, que aconteceu em 2011, foi disputado por Julia Goerges e Jarmila Gajdosova.

Neste ano, a Nike achou uma maneira muito divertida para promover os uniformes usados por suas principais estrelas. Roger Federer, Rafael Nadal, Serena Williams e Maria Sharapova disputaram uma partida de duplas mistas no escuro. A rede, as linhas e os uniformes eram fluorescentes, assim os quatro brilharam, literalmente, em Paris.


 
Até uma das principais arenas do tênis já foi palco de uma disputa diferente. No ano de 2008 rolou um jogo de basquete na quadra central de Indian Wells, devidamente adaptada para partida. Phoenix Suns e Denver Nuggets foram os times que protagonizaram a disputa em céu aberto. Lembrando que todos os jogos da NBA são realizados em arenas cobertas. Esse fato colaborou para a disputa ser ainda mais diferente.

O prédio mais alto do mundo o Burj Khalifa, de 828 metros, foi escolhido para divulgar o torneio de Dubai em 2012. A situação não envolveu exatamente uma partida de tênis, mas sim um tenista. Andy Murray subiu no Khalifa e como bom britânico jogou futebol em um pequeno campo montado pela organização do torneio.

Todos esses jogos inusitados nos fazem gostar mais ainda desse esporte que já é tão apaixonante. Ficamos na expectativa das próximas divertidas loucuras que envolvam uma rede, bolinhas amarelas e astros da raquete.



terça-feira, 12 de novembro de 2013

Djokotri

A temporada da ATP chegou ao fim e o Finals esquentou a última semana com grandes disputas. Novak Djokovic conquistou o tricampeonato com uma campanha impecável.

 

Quem leu o post anterior viu que eu disse que o sérvio era o grande favorito (há! rs). Djokovic vinha mostrando seu melhor tênis nas últimas semanas, ganhando cada vez mais confiança e mostrando um lado emocional inabalável como era comum em 2011. Com um ótimo desempenho Novak venceu todas as partidas da primeira fase, não deu chances a Wawrinka na semi e foi perfeito na final diante do número um.

Rafael Nadal conseguiu fazer um torneio muito bom, apesar das inúmeras reclamações ao longo da semana, por conta do Finals ser sempre disputado no piso duro. Na fase de grupos Rafa jogou bem, Wawrinka deu muito trabalho, mas o espanhol mostrou superioridade. Na semi diante de Federer foi contundente e anotou a 22ª vitória para cima do suíço. Na final errou mais do que o normal e viu seu jogo anulado por Djokovic.

O capítulo 39 do maior clássico de todos os tempos do tênis mundial não foi tão empolgante quanto o esperado. Nole entrou em quadra determinado a defender seu título. O sérvio mostrou uma postura agressiva e jogo defensivo perfeito. Acuou o touro que não conseguiu achar a saída e acabou errando demais. No fim da partida Rafa tentou uma reação, porém Nole estava consistente e freou o espanhol. Assim, Djoko levantou o troféu do Finals pela terceira vez e conquistou o sétimo título do ano. Aliás, o sérvio fez um final de temporada perfeito, dos sete canecos, quatro foram conquistados após o US Open.

 
O estreante Stanislas Wawrinka foi a grande surpresa do torneio. Muita gente achava que o suíço iria entrar no torneio com ares de "já estou satisfeito de estar aqui". Porém, na primeira partida contra Berdych, Stan mostrou que tinha vindo para jogar sério. Fez um jogão diante de Nadal, mas ainda faltou um pouquinho para conseguir vencer. Com uma ótima vitória para cima de Ferrer se qualificou para a semifinal em sua primeira participação no Finals. Depois caiu na armadilha de Djokovic, que destruiu Wawrinka no jogo mental com rallies intermináveis.

 

Wawrinka sempre viveu a sombra de Roger Federer. Stan é um dos jogadores mais talentosos do circuito, entretanto teve o azar (ou não) de ser contemporâneo do maior tenista de todos os tempos. Mas esse ano o suíço que realmente brilhou foi Wawrinka. Graças a ele a Suíça termina o ano, pela primeira vez na história, com dois jogadores no top 10. A apresentação surpreendente do suíço merece um troféu Lucky Loser.

David Ferrer foi, mais uma vez, o tenista que mais jogou na temporada. Porém desta vez o espanhol terminou o ano esgotado. O cansaço de Ferrer já tinha sido perceptível em Paris. Em Londres a coisa ficou pior, sem tempo para descansar David não teve pernas para jogar contra os melhores do ano. Nesse final de temporada foram sete semanas seguidas de torneios. David tem um dos melhores preparos físicos do circuito ao lado de Nadal, Djokovic e Murray. Entretanto o espanhol tem 31 anos e precisa pensar melhor no calendário. Ferrer termina o ano com sua melhor colocação no ranking, a terceira posição, mas todo mundo sentiu falta do tênis envolvente do espanhol no último torneio.

 

Marrero e Verdasco perfeitos


Na chave de duplas a Espanha foi bicampeã, no ano anterior Granollers e Lopez venceram. Na atual temporada David Marrero e Fernando Verdasco desbancaram os Bryan’s Brothers e conquistaram título inédito.

 

A dupla espanhola foi a sexta a conseguir classificação para o Finals e não era apontada como favorita ao título. Mas Marrero e Verdasco começaram o torneio com todo o gás e venceram com facilidade os compatriotas Granollers/Lopez. Na segunda rodada desbancaram Paes/Stepanek por dois sets a zero e foram a primeira dupla a confirmar classificação para a semi. Na semifinal os espanhóis se aproveitaram do serviço ruim do brasileiro Marcelo Melo e do croata Ivan Dodig. Com ótimas devoluções dominaram os adversários e venceram, mais uma vez, sem dificuldades.

Na grande final Marrero e Verdasco entraram extremamente focados, sacaram e devolveram muito bem, além de mostrar muito entrosamento. Sem baixar a cabeça diante da melhor dupla do mundo, os espanhóis foram consistentes no match-tiebreak, desbancaram os americanos e levantaram a taça dos campeões. Marrero emocionou o público na cerimônia de premiação ao dedicar o título ao avô e precisou da ajuda do parceiro Verdasco para explicar que perdeu o avô no dia 11 de novembro de 2011.

Fernando Verdasco disputou o Finals em 2009 na simples, não venceu nenhum jogo. Agora nas duplas foi perfeito, o espanhol abusou dos golpes com seu forehand potente, devolveu muito bem, fez lindos lobbys defensivos, sacou de forma firme e fez um ótimo trabalho na rede. Isso tudo durante todo o torneio. Sinto falta de ver Verdasco jogar assim em simples. O espanhol termina o ano com 30º do ranking, muito pouco para um ex-top 10. Tomara que Fernando se motive para o próximo e ano e se dê conta do talento que tem.

#Brasilnasduplas



O Brasil parou nas semifinais do Finals, mas só tem a comemorar. Bruno Soares e Marcelo Melo fizeram as melhores campanhas da primeira fase. Marcelo e Dodig não fizeram um bom jogo na semi, entretanto venceram os irmãos Bryan pela segunda vez durante a fase de grupos. Mike admitiu que os brasileiros incomodam. Marcelo termina o ano como sexto do ranking individual, terceiro do ranking de duplas e um título de Masters 1000. Além de ter participado da final de Wimbledon.

Bruno e Peya fizeram grande jogo diante dos Bryans na semifinal. Foi a melhor apresentação dos meninos no torneio. O match-tiebreak foi decidido nos detalhes e como o próprio Bruno disse "faltou um pouquinho" para o melhor duplista do Brasil alcançar a final. Bruno e Alex fecham o ano como a dupla número dois e seis títulos, entre eles o Masters 1000 de Montreal. Além do vice-campeonato do US Open. Bruno é o terceiro do ranking atrás, apenas, de Mike e Bob Bryan.

O melhor ano da história do Brasil nas duplas. Desde Guga que não tínhamos resultados tão expressivos no tênis. Esperamos que os resultados não sejam ignorados e que o Brasil aproveite a boa fase para divulgar o esporte e preparar novos campeões.
Parabéns ao Bruno e Marcelo!



Sim, já estamos com saudades do nosso esporte favorito. Mas antes das férias de verdade, ainda rola a final da Copa Davis. A Sérvia de Novak Djokovic enfrenta em casa a República Tcheca de Tomas Berdych, atual campeã. A disputa começa na sexta-feira e é o assunto do próximo post. Até lá!